quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Alguns problemas na educação no futuro

A escola é uma instituição mais tradicional que inovadora. A cultura escolar tem resistido bravamente às mudanças. Os modelos de ensino focados no professor continuam predominando, apesar dos avanços teóricos em busca de mudanças do foco do ensino para o de aprendizagem. Tudo isto nos mostra que não será fácil mudar esta cultura escolar tradicional, que as inovações serão mais lentas, que muitas instituições reproduzirão no virtual o modelo centralizador no conteúdo e no professor do ensino presencial.
Com os processos convencionais de ensino e com a atual dispersão da atenção da vida urbana, fica muito difícil a autonomia, a organização pessoal, indispensáveis para os processos de aprendizagem à distância. O aluno desorganizado poderá deixar passar o tempo adequado para cada atividade, discussão, produção e poderá sentir dificuldade em acompanhar o ritmo de um curso. Isso atrapalhará sua motivação, sua própria aprendizagem e a do grupo, o que criará tensão ou indiferença. Alunos assim, aos poucos, poderão deixar de participar, de produzir e muitos terão dificuldade, à distância, de retomar a motivação, o entusiasmo pelo curso. No presencial, uma conversa dos colegas mais próximos ou do professor poderá ajudar a que queiram voltar a participar do curso. À distância será possível, mas não fácil.
Os alunos estão prontos para a multimídia, os professores, em geral, não. Os professores sentem cada vez mais claro o descompasso no domínio das tecnologias e, em geral, tentam segurar o máximo que podem, fazendo pequenas concessões, sem mudar o essencial. Creio que muitos professores têm medo de revelar sua dificuldade diante do aluno. Por isso e pelo hábito mantêm uma estrutura repressiva, controladora, repetidora. Os professores percebem que precisam mudar, mas não sabem bem como fazê-lo e não estão preparados para experimentar com segurança. Muitas instituições também exigem mudanças dos professores sem dar-lhes condições para que eles as efetuem. Freqüentemente algumas organizações introduzem computadores, conectam as escolas com a Internet e esperam que só isso melhore os problemas do ensino. Os administradores se frustram ao ver que tanto esforço e dinheiro empatados não se traduzem em mudanças significativas nas aulas e nas atitudes do corpo docente.
A maior parte dos cursos presenciais e on-line continua focada no conteúdo, focada na informação, no professor, no aluno individualmente e na interação com o professor/tutor. Convém que os cursos hoje – principalmente os de formação – sejam focados na construção do conhecimento e na interação; no equilíbrio entre o individual e o grupal, entre conteúdo e interação (aprendizagem cooperativa), um conteúdo em parte preparado e em parte construído ao longo do curso.
É difícil manter a motivação no presencial e muito mais no virtual, se não envolvermos os alunos em processos participativos, afetivos, que inspirem confiança. Os cursos que se limitam à transmissão de informação, de conteúdo, mesmo que estejam brilhantemente produzidos, correm o risco da desmotivação a longo prazo e, principalmente, de que a aprendizagem seja só teórica, insuficiente para dar conta da relação teoria/prática. Em sala de aula, se estivermos atentos, podemos mais facilmente obter feedback dos problemas que acontecem e procurar dialogar ou encontrar novas estratégias pedagógicas. No virtual, o aluno está mais distante, normalmente só acessível por e-mail, que é frio, não imediato, ou por um telefonema eventual, que embora seja mais direto, num curso à distância encarece o custo final.
Mesmo com tecnologias de ponta, ainda temos grandes dificuldades no gerenciamento emocional, tanto no pessoal como no organizacional, o que dificulta o aprendizado rápido. As mudanças na educação dependem, mais do que das novas tecnologias, de termos educadores, gestores e alunos maduros intelectual, emocional e eticamente; pessoas curiosas, entusiasmadas, abertas, que saibam motivar e dialogar; pessoas com as quais valha a pena entrar em contato, porque dele saímos enriquecidos. São poucos os educadores que integram teoria e prática e que aproximam o pensar do viver.
Os educadores marcantes atraem não só pelas suas idéias, mas pelo contato pessoal. Transmitem bondade e competência, tanto no plano pessoal, familiar como no social, dentro e fora da aula, no presencial ou no virtual. Há sempre algo surpreendente, diferente no que dizem, nas relações que estabelecem, na sua forma de olhar, na forma de comunicar-se, de agir. E eles, numa sociedade cada vez mais complexa e virtual, se tornarão referências necessárias.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

conceito de educação

Toda vez que falamos ou ouvimos falar sobre educação, geralmente temos a tendência de reduzi-la a um período, que normalmente fica situado entre os anos de estudo vividos por uma determinada pessoa. Com isso, fica claro que nossa intenção é sempre relacionar educação com estudo. Porém, seria esta uma interpretação correta, com um significado todo próprio e lógico? Ou não estaria ocorrendo uma tentativa de transformar todo um processo natural e gradual, num simples limite específico (espaço físico), que poderíamos denominar sala de aula? Sabemos que os estudos acadêmicos fazem parte do processo de educação do ser humano. No entanto, é equivocado afirmar e limitar educação à etapa de estudo. Além do que, educação é muito mais do que um período, que uma etapa, que uma tarefa, ou ainda que uma fase. Educação o processo em que o humano vai buscando trilhar o caminho do amadurecimento integral. Este processo não é momentâneo ou passageiro, mas sim uma dinâmica que precisa ser buscada e vivida durante toda a existência. Esta interpretação parece, em primeira instância, um tanto superficial, sem muito fundamento. Enfim, com um significado distante e irreal daquilo que é "normal" escutarmos cotidianamente. Destarte, precisamos deixar de lado a intenção de querer sempre simplificar concepções, para que as mesmas se tornem mais acessíveis à nossa compreensão. É justamente por isso que, muitas vezes, não damos tanto valor às coisas importantes, neste caso, à educação, contribuindo assim, para que a mesma vá perdendo seu brilho e seu valor originário. Não podemos deixar que todo um processo existencial do ser humano se encaixe dentro de uma concepção simplista que formulamos. Educação é passar de uma mentalidade ou de um senso comum a uma consciência.
Significa sair de uma concepção fragmentária, incoerente, desarticulada, implícita, degradada, mecânica, passiva e simplista, para assumir uma concepção unitária, coerente, articulada, explícita, original, intencional, ativa e cultivada. De tudo o que foi dito, conclui-se que a passagem do senso comum à uma consciência é condição necessária para situar a educação dentro de seu significado primordial. Preocupar-se com a elevação do nível de consciência de todo um povo, de toda uma nação, é reconhecer na educação o sentido e o valor de nossa existência. A filosofia da "práxis" (costumes) não quer maternos na consciência primitiva do senso comum, mas busca, ao contrário, conduzir-nos a uma concepção de vida superior. Da mesma forma, deveria nossa consciência ser trabalhada para que o sentido da educação fosse sempre mantido, ou melhor, visto como a essência que move nossa consciência. A educação nos vem de três princípios básicos: a natureza, o homem, e as coisas. Assim, o desenvolvimento interno de nossas faculdades e de nossos órgãos é a educação da natureza; o uso que nos ensinam a fazer desse desenvolvimento é a educação dos homens; e a adquirida dos objetos que nos impressionam, por experiência própria, é a educação das coisas. Por isso, educação não é somente uma atividade é, acima de tudo, a construção de um saber que ultrapassa o sentido escolar e se torna uma construção permanente na vida do ser humano.


Fonte: http://pt.shvoong.com/humanities/1625514-educa%C3%A7%C3%A3o-um-conceito/#ixzz1jAkz0Enk

Educação de antigamente e de hoje

Os pais de antigamente queriam ver os filhos trabalhando ainda crianças. O estudo ficava em segundo plano. Os pais de hoje preferem ver os filhos só estudando, porque trabalhar é assunto para só depois da faculdade – se tiver emprego, é claro. Hoje a lei proíbe o trabalho de menores de idade.
Os pais de antigamente achavam que os filhos tinham que crescer logo para se virar na vida, que era considerada dura e cheia de desafios. Os pais de hoje gostariam que os filhos não crescessem. Crescer pra quê? Para morarem sozinhos, trabalhar, pagar as contas, fazer compras no supermercado, providenciar alguém para lavar a roupa, cozinhar, arrumar a casa! Casados terão filhos...para os avós cuidarem. Teriam mais responsabilidade e preocupação! Pra que casar se eles podem namorar no shopping, no carro, em casa, até no quarto de dormir. Podem chegar a hora que quiserem da madrugada! Em casa o (a) filho (a) tem comida e roupa lavada, pra quê ir a luta? Em casa não precisarão arrumar o quarto, nem recolocar as coisas no lugar, nem ajudar os pais a descarregar as compras, nem ajudar a mãe na cozinha. Então, por que virar adulto? Para ser responsável e ter que encarar a vida tão perigosa e incerta lá fora?
Os pais de antigamente exerciam ao máximo sua autoridade sobre os filhos. Eram autoritários e reprimiam todos os desejos. Os pais de hoje se acovardam diante do poder crescente dos filhos. Existem crianças que batem de verdade nos pais e eles não sabem como reagir. Faz sucesso um programa da TV inglesa, “Super Nany” (aqui é “Super babá”) que ensina aos pais como se defender e sustentar regras para lidar com os filhos. Pais acovardados e sem autoridade era impensável, antigamente. Alguns pais de nossa época justificam sua covardia como defesa para o (a) filho(a) não fugir de casa, como aquele caso que virou notícia na imprensa. Os pais de hoje temem a explosão emocional e reação de vingança dos filhos; também temem serem mal interpretados pelos especialistas e vizinhos de plantão.
Os pais de antigamente comandavam totalmente a educação dos filhos. Hoje os pais sentem comandados pelos seus rebentos. Resta a esperança para alguns de que a escola eduque-os. Os pais que com esforço retomam a função de “pai” e de “mãe” tendem a sentir culpa, porque dizer um ‘não’ dá a impressão de serem autoritários.
Conversas sobre a sexualidade antigamente não aconteciam. Hoje, muitos pais ainda resistem conversar sobre sexo; parecem mais preocupados com as drogas e as doenças transmissíveis do que em prevenir o crescimento do número de gravidez precoce entre adolescentes. Não houve grandes mudanças nas relações dos pais quanto eles eram adolescentes se comparado aos tipos de relação que estabelecem com seus filhos atualmente.
Antigamente os jovens entravam em conflito sobre valores sociais, políticos, econômicos, religiosos, estéticos e comportamentais (brigavam pelo direito de usar os cabelos compridos e vestir uma calça velha-azul-e-desbotada). “Nós, que amávamos tanto a revolução” também éramos embalados pelo sonho de uma sociedade alternativa, ecológica, justa, igualitária, com fundo musical de rock ou new age. As crianças e os jovens do início do terceiro milênio não vivem um sonho coletivo de mudança social. Seu sonho é meramente subjetivo, tribal e plural. São mais propensos à discussão sobre assuntos menores do cotidiano como os games, amigos, namoro, aparência, do que os “grandes temas” da década de 1970. Os pais mais à esquerda já não conseguem conversar com os filhos os assuntos que eles, na sua época, consideravam importantes. Também, não conseguem fazê-los cumprir as pequenas coisas: regrar a hora de eles voltarem para casa, o tempo de ficar nos games, ler os jornais e revistas.
Antigamente os pais ricos simplesmente criavam os filhos. O ensino preceptorial se encarregava de dar uma “boa educação” aos economicamente privilegiados. Com o advento da “escola de massa”, no Brasil, a partir das décadas de 1970 e 80, foi anunciado para todos que a escola era quem devia “educar”. Os pais, agora, poderiam se dedicar ao trabalho e/ou se dedicarem plenamente à carreira profissional. Naquela concepção, seria mais “científico” e “moderno” deixar que os professores educassem a nova geração. Entretanto, esses abnegados profissionais foram humilhados de serem somente “professores” (formados em série como se fossem eucaliptos – “essa árvore sem vergonha”, e foram cobrados para serem “educadores” (comparados às velhas árvores: os jequitibás).
O resultado daquele discurso educacional a sociedade paga até hoje: os pais se desobrigaram de “educar” os filhos e a escola perdeu o seu foco de trabalho de ser eminentemente “ensinante”.
Obs: esse “antigamente” refere-se a não mais que trinta, quarenta anos. Ou seja, antigamente não é tão antigamente.